quarta-feira, 30 de março de 2016

Cardeal Müller: "relação com Cristo sem conversão pessoal é impossível"


No livro "Informe sobre la esperanza. Diálogo con el cardenal Gerhard Ludwig Müller", publicado pela BAC, recorda que a Igreja sempre disse o que é verdadeiro e o que é falso, e critica os que usam frases soltas e fora de contexto do Papa Francisco para atentar contra a moral sexual católica.

(InfoCatólica) O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé afirma que "justamente aqueles que até então não haviam mostrado nenhum respeito pela doutrina da Igreja, agora se utilizam de uma frase solta do Santo Padre - 'quem sou eu para julgar?' - tirada de contexto, para apresentar idéias incorretas acerca da moral sexual, sob uma pretensa interpretação do 'autêntico' pensamento do Papa sobre a questão".

sexta-feira, 25 de março de 2016

Santa Missa da Ressurreição

Neste domingo: Santa Missa Tradicional em Belém/PA - Forma Extraordinária do Rito Romano
27/03 (Domingo):
10h30 - Oração do Santo Terço
11h00 - Santa Missa da Ressurreição
Local: Igreja do Rosário (Tv. Pe. Prudêncio, 337, entre Riachuelo e Aristides Lobo).
OBS.: Lembramos que já estão à venda os missais quotidianos da Santa Missa Tradicional, pelo valor de R$ 95,00.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Palestra: O Santo Sudário à Luz da Ciência e da Fé


Amigos, preparemo-nos para uma Páscoa mais cristã, refletindo sobre a Paixão de Cristo.
Todos estão convidados a participar da apresentação sobre
"O SANTO SUDÁRIO À LUZ DA CIÊNCIA E DA FÉ"
a ser ministrada pelo Dr. Habib Frahia Neto, graduado em medicina e doutor em ciências biológicas pela UFPA.
O objetivo é demonstrar, através de uma análise dos sofrimentos de Cristo, baseada no Santo Sudário, como nosso Deus é um Deus louco de amor por nós, o que deve nos inspirar uma confiança sem limites. No final, um testemunho de cura, de quem se recuperou de um acidente gravíssimo, não tendo nenhuma esperança humana de sobreviver.
DATA: 18/03 (SEXTA-FEIRA)
LOCAL: CATEDRAL DA SÉ (SALÃO DOS PONTIFICAIS)
HORÁRIO: 18H30
Entrada franca.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Programação da Semana e do Domingo de Ramos


15/03 - 17/03 (terça a quinta-feira)
07h30 - Santa Missa

18/03 (sexta-feira)
16h30 - Via Sacra
17h - Santa Missa

19/03 (Sábado)
08h30 - Santa Missa em honra a São José.

20/03 (Domingo)
10h - Procissão e bênção dos ramos, seguida de Santa Missa do II Domingo da Paixão (Domingo de Ramos).

Local: Igreja do Rosário (Tv. Pe. Prudêncio, 337, entre Riachuelo e Aristides Lobo).

OBS.: Lembramos que já estão à venda os missais quotidianos da Santa Missa Tradicional, pelo valor de R$ 95,00.

sábado, 12 de março de 2016

Neste domingo, Santa Missa Tridentina em Belém/PA

Neste domingo: Santa Missa Tradicional em Belém/PA - Forma Extraordinária do Rito Romano
13/03 (Domingo):
10h30 - Oração do Santo Terço
11h00 - Santa Missa do I Domingo da Paixão
Local: Igreja do Rosário (Tv. Pe. Prudêncio, 337, entre Riachuelo e Aristides Lobo).
OBS.: Lembramos que já estão à venda os missais quotidianos da Santa Missa Tradicional, pelo valor de R$ 95,00.


quinta-feira, 10 de março de 2016

Programação nesta Sexta-Feira, 11/03

Nesta Sexta-Feira, 11/03:
16h30 - Via Sacra
17h00 - Santa Missa Tridentina
Local: Igreja do Rosário (Tv. Pe. Prudêncio, 337, entre Riachuelo e Aristides Lobo).


quarta-feira, 9 de março de 2016

Sermão para o IV Domingo da Quaresma

                Verdadeira liberdade x liberalismo

Sermão para o 4º Domingo da Quaresma

06.03.2016 – Pe Daniel P Pinheiro



Sermão para o 3º Domingo da Quaresma:  [Sermão] A boa Confissão

Esta liberdade foi Cristo que no-la deu.

Com frequência, encontramos no Novo Testamento a noção de liberdade. São Paulo hoje nos fala da liberdade que nos foi dada por Cristo. Nosso Senhor fala que a verdade nos tornará livres. A Igreja, colocando essa Epístola no Domingo Laetare nos diz que a liberdade traz a alegria.

É preciso, porém, caros católicos, compreender bem a liberdade de que estamos falando. A liberdade é uma das noções mais corrompidas em nossa sociedade moderna. A liberdade é, para os nossos contemporâneos, ausência de qualquer lei, de qualquer ordem, e mesmo de qualquer autoridade. A liberdade para nossos contemporâneos consiste em cada um fazer o que bem entende, isento de qualquer lei, de qualquer mandamento. E, nessa concepção errônea de liberdade, temos a independência da inteligência com relação à realidade das coisas, como se cada um pudesse criar a realidade que mais lhe agrada, podendo pensar o que quiser e seu contrário. É o relativismo. Temos, nessa concepção errada de liberdade, a independência da vontade com relação ao bem, como se cada um pudesse escolher, sem distinção, entre o bem e o mal. Temos a independência do sentimento com relação à inteligência e a vontade, como se todo sentimento devesse ser seguido cegamente, independentemente de qualquer outra coisa. Teremos a independência do corpo com relação à alma, como se fôssemos puramente animais. Temos a independência do indivíduo com relação à sociedade, como se não houvesse hierarquia alguma na família, entre marido e esposa, entre pais e filhos; como se não houvesse hierarquia na Igreja, entre o clero e os fiéis. Nessa falsa concepção de liberdade, temos a independência dos homens com relação a Deus, como se Ele não existisse ou como se Deus existisse simplesmente para satisfazer os anseios dos homens para que eles se sintam bem. Temos a independência do Estado com relação a Deus e à Igreja, como se não houvesse uma religião verdadeira, como se fossem todas iguais. Nessa falsa concepção, a economia se torna independente de toda lei moral. Essa é a concepção atual de liberdade, radicalmente oposta à liberdade verdadeira, que nos foi dada por Deus. Essa é a concepção liberal de liberdade, conhecida como liberalismo. Essa concepção tão gravemente errada de liberdade e que vai tão profundamente contra a natureza das coisas é uma liberdade que escraviza, que escraviza o homem à sua vontade própria, ao pecado. É uma liberdade que conduz à perdição.

A liberdade verdadeira é a liberdade para o bem. A perfeição da liberdade não consiste em poder escolher o mal, o pecado. Deus é perfeitamente livre, mas pode fazer unicamente o bem. A nossa autêntica liberdade deve ser também uma liberdade para fazer o bem, evitando o mal. E nos ajuda a sermos realmente livres tudo aquilo que nos dirige para o bem: as boas leis, as autoridades, a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, a sua santa religião. As leis e as autoridades não se opõem à liberdade quando nos dirigem para bem. Ao contrário, as leis e as autoridades ajudam e favorecem a verdadeira liberdade ao nos dirigir para o bem. A graça de Nosso Senhor e a sua Igreja favorecem a verdadeira liberdade sempre, que é a liberdade no bem. Favorecem a liberdade de conhecer a verdade, de aderir ao bem, de orientar os sentimentos para o bem, de nos submeter à autoridade e de seguir as leis, enquanto essas nos guiarem para o bem.

Nós temos, claro, o livre arbítrio e podemos escolher entre o bem e o mal, mas não temos a liberdade moral para escolher o mal. Se escolhemos o mal, sofreremos as consequências de nossas escolhas mais cedo ou mais tarde. A verdadeira liberdade consiste em escolher os caminhos lícitos, bons, para chegar a um fim bom. Escolher meios ruins ou escolher um fim ruim é um abuso de nossa liberdade, e é uma concepção errada de liberdade. A verdadeira liberdade consiste em escolher os caminhos, os meios bons para chegar a um fim bom. E Nosso Senhor Jesus Cristo nos deu essa verdadeira liberdade em abundância. Ele mereceu para nós o perdão de nossos pecados, mereceu as graças abundantes para que façamos o bem e perseveremos nele até o fim. Instituiu a sua Igreja, que mostra os caminhos que nossa liberdade deve seguir para alcançar a Deus. Essa é a verdadeira liberdade, a liberdade dos filhos de Deus: a liberdade para fazer o bem, em união com Cristo.

E essa verdadeira liberdade nos trará uma grande alegria, porque a nossa alegria consiste em viver segundo aquilo para que fomos criados. A nossa inteligência foi feita para conhecer a verdade, e a nossa vontade, para amar o bem. Nisso seremos felizes. A falsa liberdade nos faz aderir ao erro e amar o pecado. Os nossos sentimentos existem para auxiliar a nossa inteligência e a vontade na busca da verdade e do bem. A falsa liberdade faz a inteligência e a vontade se submeterem às más paixões. O indivíduo faz parte de uma sociedade e deve agir como um membro dela, cumprindo seu papel, reconhecendo as autoridades legítimas e obedecendo-lhes em suas ordens legítimas. Seja na família, no Estado ou na Igreja. A falsa liberdade quer tornar cada indivíduo um corpo completamente separado, prejudicando toda a sociedade, e favorecendo sempre a revolta contra os superiores. Essa verdadeira liberdade, que é uma liberdade para o bem, nos trará alegria porque nos permite conhecer, amar e servir a Deus com toda a nossa alma. E nisso está a nossa alegria, para isso fomos criados: para conhecer, amar e servir a Deus. Uma liberdade que nos afaste disso é uma falsa liberdade, é uma liberdade de escravos.

São Paulo nos fala hoje da liberdade que nos foi dada por Cristo, referindo-se à escravidão da lei mosaica. Antes de tudo, devemos compreender bem que a lei mosaica não era ruim. A lei mosaica procedia de Deus e representava um benefício para o povo judeu. São Paulo diz em outras de suas epístolas que a lei é santa e espiritual (Rom. 7, 12-14), que os que a cumpriam sinceramente podiam encontrar a salvação (Rom. 2, 13). Ele diz que ela foi promulgada pelos anjos (Gal. 3, 19). Claro, a lei foi boa até a vinda de Cristo. Depois da vinda do Salvador, a lei mosaica foi substituída pela lei de Cristo. E não custa lembrar que praticar a lei mosaica depois da vinda de Nosso Senhor significa negar que Ele é o Messias, que Ele é o Salvador. Portanto, praticá-la, atualmente, é um pecado grave contra a fé.

A lei mosaica era, portanto, boa, mas imperfeita. Os judeus que a praticassem com sinceridade e caridade recebiam o perdão e a graça, ao ponto de haver entre os judeus grandes santos. Todavia, a lei não tinha eficácia por si mesma. Toda a eficácia vinha da redenção de Cristo, prevista por Deus. A lei mosaica era uma preparação para a redenção e uma prefiguração dessa redenção. A graça, na lei mosaica, não era tão abundante como depois da vinda de Cristo, de forma que a facilidade para fugir da escravidão do pecado, da concupiscência e do demônio era menor. As portas do céu continuavam fechadas até a vinda de Cristo, devendo os justos esperar a redenção de Cristo no limbo dos justos. Não existiam os sacramentos, canais abundantes da graça divina. Não havia a abundância de graça do sacramento da confissão, do sacramento da eucaristia, do sacramento da crisma. Não existia ainda a intercessão e mediação maternal de Maria Santíssima. A lei mosaica era boa, mas imperfeita. Ela conduzia à verdadeira liberdade, mas de modo muito menos abundante que a lei de Cristo, ao ponto de São Paulo poder compará-la a uma certa escravidão. A nova lei, a lei de Nosso Senhor Jesus Cristo nos leva de forma abundante para o bem, dando-nos a verdadeira liberdade, que não é uma liberdade para fazermos o mal ou cometer o pecado, mas liberdade para fazermos unicamente o bem, liberdade para podermos conhecer, amar e servir a Deus. Essa é a liberdade dos filhos de Deus. Filhos que, na sua liberdade, não querem ofender a Deus, Pai de bondade.

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.


sábado, 5 de março de 2016

IV Domingo da Quaresma

Nosso Senhor multiplica os pães

Intróito (Is LXVI,10-11)
Rejubila, Jerusalém; ide reuni-vos, todos que a amais; rejubilai com alegria, que em tristeza tendes sido, para que exulteis e vos satisfaçais em seus peitos de vossas consolações. Sl. Alegrei-me com isto, que me foi dito: à casa do Senhor iremos. ℣. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio agora e sempre e por todos os séculos dos séculos. Amém.

Epístola (Gl IV,22-31)
Leitura da Carta de São Paulo Apóstolo aos Gálatas: Irmãos, está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre. O da escrava nasceu segundo a carne; e o da livre nasceu segundo a promessa. Isto foi dito por alegoria, pois as duas mulheres representam as duas alianças: uma, a do monte Sinai, que gera para a escravidão: é Agar. (Sinai é um monte na Arábia). Corresponde à Jerusalém atual, que é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém lá do alto é livre e esta é a nossa mãe, porque está escrito: Alegra-te, ó estéril, que não davas à luz; rejubila e canta, tu que não tinhas dores de parto, pois são mais numerosos os filhos da abandonada do que daquela que tem marido. Vós, irmãs, sois como Isaac, filhos da promessa. Como naquele tempo o filho da natureza perseguia o filho da promessa, o mesmo se dá hoje. Que diz, porém, a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque o filho da escrava não será herdeiro com o filho da livre. Pelo que, irmãos, não somos filhos da escrava, mas sim da mulher livre: e é com esta liberdade que Cristo nos fez livres. ℟. Deo grátias.

Gradual (Sl CXXI,1.7)
Alegrei-me, quando me disseram: iremos à casa do Senhor. Reine a paz dentro dos teus muros, e a abundância em teus palácios. 

Trato (Sl CXXIV,1-2) 
Aqueles que confiam no Senhor, estão firmes como o monte Sião; não se abalará jamais todo aquele que habitar em Jerusalém. Pois os montes a circundam, e o Senhor se coloca em volta do seu povo para protegê-lo, agora e sempre.



Evangelho (Jo VI,1-15) 
Seqüência do Santo Evangelho segundo João: Naquele tempo, Jesus atravessou o lago da Galiléia (que é o de Tiberíades.) Seguiao uma grande multidão, porque via os milagres que fazia em beneficio dos enfermos. Jesus subiu a um monte e sentou-se ali com seus discípulos. Aproximavase a Páscoa, festa dos judeus. Jesus levantou os olhos sobre aquela grande multidão que vinha ter com ele e disse a Filipe: «Onde compraremos pão para que todos estes tenham o que comer?» Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer. Filipe respondeu-Lhe: «Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço». Um dos seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-Lhe: «Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes… mas que é isto para tanta gente?» Disse Jesus: «Fazei-os assentar». Ora, havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil. Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam. Estando eles saciados, disse aos discípulos: «Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca». Eles os recolheram e dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, depois que todos comeram, encheram doze cestos. À vista desse milagre de Jesus, aquela gente dizia: «Este é verdadeiramente o profeta que há de vir ao mundo». Jesus, percebendo que queriam arrebatá-Lo e fazê-Lo rei, tornou a retirar-Se sozinho para o monte. ℟.Laus tibi, Christe. 

Neste domingo, Missa Tridentina em Belém/PA


Neste domingo: Santa Missa Tradicional em Belém/PA - Forma Extraordinária do Rito Romano
06/03 (Domingo):
10h30 - Oração do Santo Terço
11h00 - Santa Missa do IV Domingo da Quaresma
Local: Igreja do Rosário (Tv. Pe. Prudêncio, 337, entre Riachuelo e Aristides Lobo).
OBS.: Lembramos que já estão à venda os missais quotidianos da Santa Missa Tradicional, pelo valor de R$ 95,00.

terça-feira, 1 de março de 2016

Sermão do III Domingo da Quaresma

"Quando o espírito impuro sai do homem, perambula em lugares áridos, procurando repouso, mas não o encontrando, diz: Voltarei para minha casa, de onde saí. Chegando lá, encontra-a varrida e arrumada. Diante disso, vai e toma outros sete espíritos piores do que ele, os quais vêm habitar aí. E com isso a condição final daquele homem torna-se pior do que antes".

(S. Lucas 1, 24-26)

Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.

Ave Maria...

Havia dito que hoje trataria de coisas úteis à Quaresma, e o Evangelho de hoje dá muitos pontos para isso. Gostaria de usá-lo fazendo, ao mesmo tempo, um paralelo com as obras de penitência que devemos fazer durante essas 6 semanas que nos preparam para a Paixão e a Ressurreição de Nosso Senhor. As três obras de penitência que devemos fazer são oração, jejum e esmola. Hoje lançaremos um pouco de luz sobre a oração, para ver o quanto ela é importante não só na Quaresma, mas todos os dias até o fim da vida.

Como acabamos de dizer, a oração é algo que deve ser intensificado na Quaresma. Isso quer dizer que ela já deve fazer parte habitual de nossas atividades quotidianas. Temos um corpo e uma alma. Comemos todos os dias, dormimos todos os dias, cuidamos de nossa higiene todos os dias; rezamos todos os dias.

Porém, é necessário constatar que a prática da oração sofreu um colapso na vida católica nos últimos 50 anos. E isso é um problema, porque isso quer dizer que as pessoas estão mais expostas à ação do demônio sobre elas. Quando uma pessoa reza com regularidade, isto é, todos os dias, isso quer dizer que ela reza bem, por dois motivos. Primeiramente, porque é rezando que se aprende a rezar bem, pois um hábito é adquiridos por repetição de atos, e um hábito faz com que algo seja bem feito, com facilidade e de modo agradável. Em segundo ligar, porque manter a prática quotidiana da oração só é possível tendo uma vida organizada: levantar cedo e, por isso, dormir cedo; dominar os olhos e os ouvidos, não assistir filmes e televisão, não ouvir músicas ruins e controlar inclusive o uso das músicas boas, controlar o uso de celulares e internet, para evitar aquilo que causará distrações na oração e perda do tempo que será usado para a oração; cumprir os deveres de estado, porque é na oração que Deus nos pune quando pecamos antes, tirando graças e luzes que seriam dadas nela se tivéssemos cumprido sua lei (isso quem diz é o Pe. Faber).

A imaginação, de acordo com os padres tomistas, é a faculdade mais facilmente "habituável" que temos em nós, a mais fácil de ser moldada na direção que queremos lhe dar. Isso quer dizer que em muito pouco tempo as imagens que vemos na televisão, no celular, nos filmes, na rua, etc., tudo isso facilmente estabelece na imaginação um modo de funcionar agitado e inquieto, e nos faz considerar as coisas ruins que vemos como menos graves do que são realmente. Por isso as pessoas que não evitam a televisão, os filmes e não usam o celular de modo virtuoso e não guardam os olhos na rua, quando elas param para rezar, imediatamente elas ficam inquietas, porque a imaginação fica tomada de imagens totalmente alheias à oração, simplesmente porque a imaginação está fora de controle e elas têm distrações sem parar. É por causa disso que as pessoas encontram problemas para rezar, porque elas não têm controle sobre si mesmas, e naquela capacidade (a imaginação) que é mais fácil de dominar.

Por esses motivos, os demônios têm pavor de se aproximar das pessoas que rezam regularmente, simplesmente porque 1) isso faz com que elas tenham uma vida natural e sobrenaturalmente organizada, bloqueando a maior parte dos ataques que os demônios podem fazer e 2) porque a oração regular faz com que essas pessoas usem os cinco sentidos externos, a memória, a imaginação, o instinto, os sentimentos, a inteligência e a vontade de modo voltado a Deus e, consequentemente, tudo isso é muito menos poroso às ações do demônio. É verdade que os demônios não têm acesso direto à inteligência e à vontade, mas têm acesso à tudo o mais, o que não é pouca coisa.

Os livros de espiritualidade são unânimes em afirmar que há uma clara relação entre a quantidade de oração de uma pessoa e o número e a intensidade de tentações que ela tem, comumente falando. Esses autores estabelecem uma relação clara entre a quantidade de oração de uma pessoa e as tentações que ela tem contra a castidade, por exemplo, e as razões disso são muito simples. Quanto menos uma pessoa reza, mais o interior dela é acessível às ações do demônio. Como nossos sentimentos e nossos atos externos e nosso modo de agir têm origem nas imagens internas da imaginação, uma vez que ela é mais influenciável pelos demônios (por culpa nossa, vale a pena notar), mais tentações teremos, mais fortes elas serão, nossa avaliação sobre o que é ruim será cada vez mais branda, mais pecados serão cometidos. E como a pureza é a virtude mais comprometida depois do pecado original, como dizem S. Tomás e S. Afonso, por exemplo), as pessoas que não rezam, ou rezam pouco, terão mais tentações contra a pureza. Não é uma coincidência que a sensualidade de nossa sociedade esteja unida ao colapso do hábito de rezar.

Algumas pessoas dizem: "Minha oração é o meu trabalho". Isso é uma desculpa para não se recolher, ficar quieto, controlar-se um pouco e rezar. Trabalhar e rezar são coisas absolutamente diferentes. Trabalhar é aplicar-se à produção de uma obra exterior particular. Orar é elevar a alma para Deus. Se trabalhar e rezar fossem a mesma coisa, Cristo teria dito "Vigiai e trabalhai, para não cairdes em tentação".

Há pessoas que sofrem grandes incômodos do demônio, como obsessão ou mesmo vêem vultos, ou têm muitas e fortes angústias, ou tentações muito fortes e insistentes, sobretudo sobre a fé ou sobre a moral, que têm dificuldade de compreender porque tal ou tal coisa é pecado (elas têm a inteligência coberta por uma espécie de neblina, vinda da ação do demônio sobre a imaginação e sobre os sentimentos), etc., e que simplesmente conseguem fazer com que tudo isso pare a partir do momento em que começam a rezar regularmente, porque os demônios têm pavor das pessoas que rezam regularmente, porque a vida delas vai sendo organizada e dirigida em todas as coisas para Deus, e elas param de pecar, e vêem com muito mais clareza quando e onde e de que modo o demônio age sobre elas e as tenta.

E por isso o demônio faz de tudo para diminuir a oração nos fiéis, para não ser impedido de agir sobre nós por todas as razões que citamos acima. E vendo que a pessoa cede, ele volta com muito mais empenho para nos fazer mal, porque o demônio é tenaz em buscar nossa condenação, e faz um grande estrago, de modo que as quedas das pessoas que tinham melhorado e se convertido são piores do que as anteriores. Piores porque já conhecem a verdade, e ao ouvi-las novamente, ficam menos impressionadas; porque ao caírem novamente, elas repetem as más ações com mais advertência e fazem com que o pecado se torne um hábito mais voluntário e mais difícil de ser arrancado; finalmente, porque uma nova queda é uma ingratidão com as luzes que Deus deu antes, e essa ingratidão pode fazer com que Deus não nos dê sua ajuda eficaz para nos levantarmos novamente: "De fato, os que uma vez foram iluminados — que saborearam o dom celeste, receberam o Espírito Santo, experimentaram a beleza da palavra de Deus e as forças do mundo que há de vir — e, não obstante, decaíram, é impossível que renovem a conversão uma segunda vez, porque da sua parte crucificam novamente o Filho de Deus e o expõem às injúrias. Pois, a terra que bebe a chuva que lhe vem abundante e produz vegetação útil aos cultivadores, receberá a bênção de Deus. Mas, se produzir espinhos e abrolhos, é rejeitada, e está perto da maldição: acabará sendo queimada" (Hebreus 6, 4-8).

Por isso devemos insistir na prática quotidiana da oração. Porque dela depende nossa integridade, nossa perfeição e nossa felicidade eterna.

Em nome do Pai e do Filho + e do Espírito Santo. Amém.