terça-feira, 8 de janeiro de 2013
O que perdemos...
A Condenação pelo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé
Fonte:Bonum Certamen
Arnaldo
Xavier da Silveira
O problema maior não é saber se a assistência absoluta e
omnímoda do Espírito Santo seria em princípio possível. É claro que o seria. Na
verdade, contudo, Nosso Senhor não quis dotar São Pedro, o Colégio dos bispos
com o Papa, a Igreja enfim, de uma assistência em tais termos absolutos. Os
caminhos de Deus nem sempre são os nossos. A barca de Pedro está sujeita a
tempestades. Em princípio, nada impede que, sobretudo em períodos de crise,
documentos pontifícios e conciliares que não preencham as condições da
infalibilidade, possam conter erros e mesmo heresias.
Doce Cristo na Terra
1] Não sou sedevacantista. Nunca o
fui, embora um ou outro comentarista pouco atento tenha pretendido ver traços
de sedevacantismo no estudo sobre a possibilidade teológica de um Papa herege
que faz parte de meu livro “La Nouvelle Messe de Paul VI, Qu’en Penser?”
(Diffusion de la Pensée Française, Chiré-en-Montreuil, França, 1975). Com base
na boa e tradicional teologia dogmática, não vejo que, em relação aos
Pontificados dos últimos decênios, tenha sido teologicamente possível, em
qualquer momento, declarar vaga a Sede de Pedro (ver Paul Laymann S.J., +1635,
“Th. Mor.”, Veneza, 1700, pp. 145-146; e Pietro Ballerini, “De Pot.
Eccl.”, Roma, 1850, pp. 104-105). Se a Divina Providência me der forças,
publicarei em breve um estudo sobre os erros teológicos das teorias
sedevacantistas correntes.
2] Para todo católico cioso de sua fé, o Papa é o “doce
Cristo na Terra”, é a coluna e fundamento da verdade. No entanto, grandes
santos, doutores e Papas, admitem a possibilidade de queda do Sumo Pontífice em
erro, e mesmo em heresia. E não é de se afastar a hipótese teológica de que tal
queda se dê em documentos oficiais do Papa, e em Concílios com o Papa (ver “La
Nouvelle Messe...”, parte II, caps. IX e X, e ).
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