sexta-feira, 5 de maio de 2017

Cardeal Raymond Leo Burke em Belém


O Papa João Paulo II, descreveu a missão da Igreja nos nossos dias com as palavras “a nova evangelização”. O Papa reconheceu que a Igreja, nos nossos tempos, é chamada e enviada a desempenhar a sua missão num contexto social e cultural com muitos desafios. 

Nos seus ensinamentos, durante os mais de vinte e seis anos de serviço como Vigário de Cristo na terra, João Paulo II exortou-nos a todos, insistentemente, a assumirmos a obra da nova evangelização de acordo com a nossa vocação e os nossos talentos pessoais. Na sua exortação apostólica pós-sinodal Christifideles laici, “Sobre a Vocação e a Missão dos Fiéis Leigos na Igreja e no Mundo”, o Papa descreveu assim a “dura prova” que é viver a fé católica nos dias de hoje, num mundo praticamente ateu e  numa cultura marcada pelo secularismo: 

“Países inteiros e nações onde a religião e a vida cristã foram antigamente tão prósperas e capazes de dar origem a comunidades de fé viva e operante, encontram-se hoje sujeitos a uma dura prova, e, por vezes, até são radicalmente transformados pela contínua difusão do indiferentismo, do secularismo e do ateísmo. É o caso, em especial, dos países e das nações do chamado Primeiro Mundo, onde o bem-estar económico e o consumismo, embora coexistindo com tremendas situações de pobreza e de miséria, inspiram e permitem viver ‘como se Deus não existisse’. Ora, a indiferença religiosa e a total insignificância prática de Deus nos problemas, mesmo graves, da vida não são menos preocupantes e subversivos do que o ateísmo declarado”.  

É através da participação na Sagrada Eucaristia que melhor compreendemos o que devemos fazer para realizar a nova evangelização, a saber, entregar a nossa vida em união com Cristo. Ao mesmo tempo, somos nutridos com o alimento espiritual incomparável do Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo, que nos fortalece para que realizemos a Sua missão no mundo. Nas palavras de um decreto do Concílio Ecuménico Vaticano II, tiradas de um texto de São Tomás de Aquino, na Santa Eucaristia “está contido o bem espiritual total da Igreja, isto é, Cristo nossa Páscoa e o pão da vida que dá vida ao homem através da sua carne – a carne que é vivificada e que vivifica através do Espírito Santo”.

Na celebração da Santa Eucaristia, segundo as palavras do mesmo Decreto, os homens são “convidados e levados a oferecer, juntamente com Ele [Cristo], a si mesmos, os seus trabalhos e todas as coisas criadas”.   Pelo facto de a Sagrada Eucaristia ser a fonte da nossa vida na Igreja e a sua mais alta expressão, achei por bem escrever um comentário sobre a última carta encíclica do Papa João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, “Sobre a Eucaristia e sua Relação com a Igreja,” publicada na Quinta-Feira Santa de 17 de Abril de 2003, e sobre a exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI, Sacramentum Caritatis , “Sobre a Eucaristia como Fonte e Ápice da Vida e Missão da Igreja”, publicada a 22 de Fevereiro de 2007, na festa da Cátedra de São Pedro. Sacramentum Caritatis  é o fruto da 11ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, celebrada de 2 a 23 de Outubro de 2005. 

É minha esperança que, lendo este livro, ao leitor venha a vontade de ter uma cópia de ambos os textos, da carta encíclica Ecclesia de Eucharistia e da exortação apostólica Sacramentum Caritatis . É também minha esperança que os ensinamentos contidos em ambos os documentos, e aqui apresentados, neste comentário, o possam levar a apreciar mais profundamente a nossa vida em Cristo no seio do Seu Corpo Místico, a Igreja, especialmente através da Sagrada Eucaristia, e que eles sejam para todos uma fonte de novo entusiasmo e nova energia para realizar a nova evangelização. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário