segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Advento: Vinda de Nosso Senhor




A vinda de Nosso Senhor, em vista da nossa Redenção, é o acontecimento mais importante da História. Foi aí que Deus operou suas maiores maravilhas e devolveu ao homem a graça anteriormente perdida pelo pecado. Por isso, Deus não quis que ela acontecesse de forma repentina e inusitada. Toda a História Santa do Antigo Testamento, do Gênesis até São João Batista, são milênios de preparação para o Nascimento do Salvador.

Assim sendo, dada a relevância do que é comemorado na festa do Natal, a liturgia da Igreja, desde muito cedo, quis nos preparar para ela. A estrutura e os textos atuais da liturgia do Advento (quatro Domingos e a Vigília do Natal) já são mais do que milenares. Eles foram pouco a pouco recebendo esse nome Adventum, que quer dizer chegada ou vinda, por se tratar da expectativa para a vinda do Messias.

Mas essa vinda do Messias, não se limita ao Nascimento temporal de Jesus no estábulo de Belém. O Advento é triplo porque Cristo vem a nós em três tempos e de três maneiras diferentes: “Na primeira vinda”, diz São Bernardo, “Ele vem na carne e na fraqueza; na segunda, Ele vem em espírito e poder; na terceira, Ele vem em gloria e majestade; e a segunda vinda é o meio pelo qual nós passamos da primeira à terceira.”

“Três são as vindas do Senhor, a primeira na carne, a segunda na alma, a terceira pelo juízo. A primeira aconteceu na noite, segundo as palavras do Evangelho: À meia noite se escutou um grito: eis que vem o Esposo! E esta primeira vinda já passou porque Cristo foi visto na Terra e falou com os homens.
"Nós estamos atualmente na segunda vinda: mas somente se nós estamos prontos para que Ele possa vir a nós, porque está dito que se nós o amamos, Ele virá até nós e fará em nós sua morada. Por isso, essa segunda vinda é para nós algo um tanto incerto, porque quem conhece aquilo que diz respeito a Deus senão o Espírito de Deus?
"Quanto à terceira vinda, é certo que ela acontecerá, mas muito incerto quando ela acontecerá: porque não há nada mais certo do que a morte e nada mais incerto do que o dia da morte.
"A primeira vinda foi humilde e escondida, a segunda misteriosa e cheia de amor, a terceira será esplendorosa e terrível. Na sua primeira vinda, Cristo foi julgado pelos homens com injustiça; na segunda, Ele nos torna justos pela sua graça, na terceira ele julgará todas as coisas com justiça: Cordeiro na primeira vinda, Leão na última, Amigo cheio de doçura na segunda.” (Pierre de Blois, De Adventu, Sermo III)

É nesse espírito que é construída a liturgia do Advento. Ao longo das quatro semanas, a Igreja nos fala das três vindas:

Ela pede a vinda do Messias, unida às suplicas do Povo Eleito, súplica que foi levada em conta por Deus quando da Encarnação, já conhecendo Ele todas as orações que seriam feitas até o fim do mundo.

Ela aspira à vinda de Cristo às almas dos seus filhos, porque de nada serviria a primeira vinda se ela não fosse aplicada às almas dos fiéis.
Ela reza, enfim, pela volta definitiva de Nosso Senhor que a livrará das vicissitudes desse mundo e dos limites do tempo e a coroará para sempre no Céu.

Em tudo isso, a Igreja visa sempre nos preparar para essas três vindas, sabendo que da graça de Deus depende o nosso triunfo no dia do Juízo e que foi pela Encarnação que essa graça veio até nós.

Que nós saibamos aproveitar esse tempo do Advento, para melhor comemorarmos a primeira vinda, melhor participarmos da segunda e estarmos prontos para a terceira.


Vinde Senhor Jesus!

Pe José Luiz Zucchi I.B.P

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