RORATE-CAELI - No sábado, 27 de junho, o jornal conservador francês Présent publicou uma entrevista com o Superior Geral da FSSPX, Dom Bernard Fellay, sobre o desenvolvimento surpreendentemente positivo do diálogo com a Fraternidade, e o que eles esperam para o futuro.
Por ocasião da bênção dos sinos da capela da escola Saint-Michel de La Martinerie, em Chatearoux, Dom Fellay atualizou o Présent sobre a FSSPX, da qual ele é Superior.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
sábado, 27 de junho de 2015
Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais
CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ
INTRODUÇÃO
1. Diversas questões relativas à homossexualidade foram recentemente tratadas várias vezes pelo Santo Padre João Paulo II e pelos competentes Dicastérios da Santa Sé.(1) Trata-se, com efeito, de um fenómeno moral e social preocupante, inclusive nos Países onde ainda não se tornou relevante sob o ponto de vista do ordenamento jurídico. A preocupação é, todavia, maior nos Países que já concederam ou se propõem conceder reconhecimento legal às uniões homossexuais, alargando-o, em certos casos, mesmo à habilitação para adoptar filhos. As presentes Considerações não contêm elementos doutrinais novos; entendem apenas recordar os pontos essenciais sobre o referido problema e fornecer algumas argumentações de carácter racional, que possam ajudar os Bispos a formular intervenções mais específicas, de acordo com as situações particulares das diferentes regiões do mundo: intervenções destinadas a proteger e promover a dignidade do matrimónio, fundamento da família, e a solidez da sociedade, de que essa instituição é parte constitutiva. Têm ainda por fim iluminar a actividade dos políticos católicos, a quem se indicam as linhas de comportamento coerentes com a consciência cristã, quando tiverem de se confrontar com projectos de lei relativos a este problema.(2) Tratando-se de uma matéria que diz respeito à lei moral natural, as seguintes argumentações são propostas não só aos crentes, mas a todos os que estão empenhados na promoção e defesa do bem comum da sociedade.
INTRODUÇÃO
1. Diversas questões relativas à homossexualidade foram recentemente tratadas várias vezes pelo Santo Padre João Paulo II e pelos competentes Dicastérios da Santa Sé.(1) Trata-se, com efeito, de um fenómeno moral e social preocupante, inclusive nos Países onde ainda não se tornou relevante sob o ponto de vista do ordenamento jurídico. A preocupação é, todavia, maior nos Países que já concederam ou se propõem conceder reconhecimento legal às uniões homossexuais, alargando-o, em certos casos, mesmo à habilitação para adoptar filhos. As presentes Considerações não contêm elementos doutrinais novos; entendem apenas recordar os pontos essenciais sobre o referido problema e fornecer algumas argumentações de carácter racional, que possam ajudar os Bispos a formular intervenções mais específicas, de acordo com as situações particulares das diferentes regiões do mundo: intervenções destinadas a proteger e promover a dignidade do matrimónio, fundamento da família, e a solidez da sociedade, de que essa instituição é parte constitutiva. Têm ainda por fim iluminar a actividade dos políticos católicos, a quem se indicam as linhas de comportamento coerentes com a consciência cristã, quando tiverem de se confrontar com projectos de lei relativos a este problema.(2) Tratando-se de uma matéria que diz respeito à lei moral natural, as seguintes argumentações são propostas não só aos crentes, mas a todos os que estão empenhados na promoção e defesa do bem comum da sociedade.
sexta-feira, 26 de junho de 2015
Pedra por pedra
Por Dom Alberto Taveira Corrêa.
Pedro vem de pedra, Pedro vem de Simão, Simão, irmão de André, Simão companheiro de Paulo, Pedro escolhido para confirmar os irmãos. Pedro, homem escolhido para fundamento, ponto de unidade, ainda que limitado e fraco. Apenas uma brincadeira com as palavras? Uma realidade, diante da qual nos inclinamos respeitosos, pela grandeza da obra realizada por Deus. Celebramos a Festa de São Pedro, e com ela a unidade e a missão da Igreja.
Hoje, o Sucessor de Pedro tem nome de Francisco, e Francisco, o de Assis, encontrou um dia uma igreja em ruínas, dedicada a São Damião. O Senhor crucificado lhe dirigiu a palavra, pedindo-lhe para reconstruir. Francisco entendeu "igreja" e Jesus queria dizer "Igreja", a Igreja! Aquela que está sempre em construção, pois, nascida como esposa imaculada do lado do Senhor crucificado, é confiada aos homens e mulheres de todos os tempos, até a volta do Senhor. Como edificá-la? Francisco de Assis entendeu: "Se você quiser servir a Deus, faça poucas coisas, mas as faça bem, pedra por pedra, com esperança de ver Jesus, dia após dia, com alegria!".
Pedro vem de pedra, Pedro vem de Simão, Simão, irmão de André, Simão companheiro de Paulo, Pedro escolhido para confirmar os irmãos. Pedro, homem escolhido para fundamento, ponto de unidade, ainda que limitado e fraco. Apenas uma brincadeira com as palavras? Uma realidade, diante da qual nos inclinamos respeitosos, pela grandeza da obra realizada por Deus. Celebramos a Festa de São Pedro, e com ela a unidade e a missão da Igreja.
Hoje, o Sucessor de Pedro tem nome de Francisco, e Francisco, o de Assis, encontrou um dia uma igreja em ruínas, dedicada a São Damião. O Senhor crucificado lhe dirigiu a palavra, pedindo-lhe para reconstruir. Francisco entendeu "igreja" e Jesus queria dizer "Igreja", a Igreja! Aquela que está sempre em construção, pois, nascida como esposa imaculada do lado do Senhor crucificado, é confiada aos homens e mulheres de todos os tempos, até a volta do Senhor. Como edificá-la? Francisco de Assis entendeu: "Se você quiser servir a Deus, faça poucas coisas, mas as faça bem, pedra por pedra, com esperança de ver Jesus, dia após dia, com alegria!".
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Congregação para a Doutrina da Fé: aparições de Medjugorje são falsas
SENZA PAGARE - Durante a reunião plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal Gerhard Ludwig Müller, Prefeito da Congregação, divulgou o parecer da Santa Sé em relação às aparições de Medjugorje (Bósnia-Herzegovina) e aos respectivos videntes. A conclusão apresentada é que nunca aconteceu nenhum evento sobrenatural em Medjugorje. Este parecer foi apresentado pela "Comissão Ruini", constituída pelo Papa Bento XVI para investigar os ditos fenómenos e as mensagens da Virgem Maria que são tornadas publicas regularmente pelos videntes desde 1981.
quarta-feira, 24 de junho de 2015
A Cruz de Nosso Senhor e as nossas.
"Que todos nós escolhamos a atitude do bom ladrão; neste mundo não aspiramos mais que isso, sermos o bom ladrão!"
Os católicos estamos, hoje, mais que em qualquer outro dia do ano, sob o peso da Cruz e das cruzes. Mas não apenas nós católicos carregamos cruzes. Todos que nasceram neste mundo carregam suas cruzes, quer estejam ou não conscientes disso. Quando Jesus foi crucificado, Ele teve dois companheiros: o bom e o mau ladrão. No Calvário, nos foi apresentado a cena da realidade da vida; todos carregamos nossas cruzes. Uns as carregam tendo a consciência plena de sua presença, de seu peso e de sua razão de ser. Estes, como o bom ladrão, admitem suas culpas, percebem que as cruzes que carregamos são muito mais leves que a de Nosso Senhor e, mais importante ainda, que a d’Ele foi carregada e sofrida por nós e por causa de nós. Estes, pedem perdão a Ele e pedem a salvação ao Pai, em nome d’Ele. Os outros, como o mau ladrão, sentem o peso de suas cruzes, reclamam do excesso de vicissitudes, procuram se desvencilhar delas, procurando os prazeres do mundo e, mais importante, imprecam contra Nosso Senhor. Criam um mundo artificial, pleno de gozo, na esperança de aliviar o peso. O peso só aumenta, à medida que aumenta a fome de prazer.
Os católicos estamos, hoje, mais que em qualquer outro dia do ano, sob o peso da Cruz e das cruzes. Mas não apenas nós católicos carregamos cruzes. Todos que nasceram neste mundo carregam suas cruzes, quer estejam ou não conscientes disso. Quando Jesus foi crucificado, Ele teve dois companheiros: o bom e o mau ladrão. No Calvário, nos foi apresentado a cena da realidade da vida; todos carregamos nossas cruzes. Uns as carregam tendo a consciência plena de sua presença, de seu peso e de sua razão de ser. Estes, como o bom ladrão, admitem suas culpas, percebem que as cruzes que carregamos são muito mais leves que a de Nosso Senhor e, mais importante ainda, que a d’Ele foi carregada e sofrida por nós e por causa de nós. Estes, pedem perdão a Ele e pedem a salvação ao Pai, em nome d’Ele. Os outros, como o mau ladrão, sentem o peso de suas cruzes, reclamam do excesso de vicissitudes, procuram se desvencilhar delas, procurando os prazeres do mundo e, mais importante, imprecam contra Nosso Senhor. Criam um mundo artificial, pleno de gozo, na esperança de aliviar o peso. O peso só aumenta, à medida que aumenta a fome de prazer.
terça-feira, 23 de junho de 2015
Laudato Si’, a encíclica antignose
“Omnis creatura bona”. Todas as criaturas são boas, escreveu São Paulo na sua Primeira Carta a Timóteo, retomando as palavras do Gênesis. A fé bíblica, ao contrário de muitas doutrinas filosóficas e religiosas, sempre reconheceu e constatou que todas as coisas e todas as criaturas (a começar pelo homem) saíram diretamente das mãos de Deus. A Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, parte do mesmo olhar cristão sobre a Criação. Deste manancial surge a originalidade contundente e persuasiva de suas considerações aplicadas à crise ecológica que ameaça o mundo. Dali extrai também antídotos preciosos contra as dinâmicas autodestrutivas do modelo de desenvolvimento dominante. E documenta, ao mesmo tempo, a distância intransponível entre a experiência cristã e as correntes de pensamento neognóstico que depreciam a matéria e a Criação como um “mal” que deve ser superado.
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Conferência Summorum Pontificum em Roma - 13-14 de Junho. Sinais de Esperança para o Futuro
Domingo, 14 de junho, na Capela do Santíssimo Sacramento, na Basílica de São Pedro, Cardeal Velasio de Paolis, um dos autores do livro "Remaining in the Truth of Christ", celebrou Missa Pontifical para os participantes da Conferência Summorum Pontificum, a qual nós anunciamos em Rorate meses atrás. A Missa Pontifical foi o ato de encerramento da conferência realizada na [Universidade] Angelicum (4ª Conferência Summorum Pontificum), organizada pelo Pe. Vincenzo Nuara, OP, da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, com o auxílio do Pe. Marino Neri.
Trezentas pessoas estavam presentes nos vários painéis, com palestras do Cardeal Burke (sobre a Tradição como fundamento da liturcia católica); do Prof. Giovanni Turco, da Universidade de Udine (a virtude da religião e do verdadeiro culto em Santo Tomás); Dom Athanasius Schneider (imagem abaixo, sobre comunhão e sacrifício); Mons. Marco Agostini, Cerimoniário Pontifício (sobre o altar na história do culto), entre outros. A palestra de Dom Cassian Folsom foi particularmente útil, explicando como Bento XVI desfez o nó que permitiu o reconhecimento de ambas as formas do rito romano, uma grande proeza da lei litúrgica.
Foi notável também a curta intervenção do Cardeal Müller, sobre "Tradição como princípio característico da teologia católica", contendo alusões à presente situação pré-Sínodo ("não é o número de bispos favoráveis a uma opinião que interessa, mas a sua [deles] qualidade doutrinal").
(Baseado no relatório do correspondente dos nossos amigos do blog Riposte Catholique, presente no evento).
Fonte: Rorate Caeli
Trezentas pessoas estavam presentes nos vários painéis, com palestras do Cardeal Burke (sobre a Tradição como fundamento da liturcia católica); do Prof. Giovanni Turco, da Universidade de Udine (a virtude da religião e do verdadeiro culto em Santo Tomás); Dom Athanasius Schneider (imagem abaixo, sobre comunhão e sacrifício); Mons. Marco Agostini, Cerimoniário Pontifício (sobre o altar na história do culto), entre outros. A palestra de Dom Cassian Folsom foi particularmente útil, explicando como Bento XVI desfez o nó que permitiu o reconhecimento de ambas as formas do rito romano, uma grande proeza da lei litúrgica.
Foi notável também a curta intervenção do Cardeal Müller, sobre "Tradição como princípio característico da teologia católica", contendo alusões à presente situação pré-Sínodo ("não é o número de bispos favoráveis a uma opinião que interessa, mas a sua [deles] qualidade doutrinal").
(Baseado no relatório do correspondente dos nossos amigos do blog Riposte Catholique, presente no evento).
Fonte: Rorate Caeli
sábado, 20 de junho de 2015
Encíclica Laudato Si’ é baseada no Magistério da Igreja e não em “conselheiros ocultos”
Por Andrea Gagliarducci.
VATICANO, 18 Jun. 15 / 02:00 pm (ACI/EWTN Noticias).- “Apesar de várias pessoas presumirem ter dado suas ‘contribuições’ à redação da nova encíclica do Papa Francisco ‘Laudato Si’’, o texto final não pode ser atribuído a nenhum destes ‘conselheiros ocultos’, porque o documento é baseado no Magistério da Igreja”. Assim indicou Dom Mario Toso, Bispo de Faenza-Modigliana e anteriormente Secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz durante cinco anos, até janeiro de 2015, quando foi eleito pelo Papa Francisco para encabeçar esta diocese localizada no norte da Itália.
“Não há dúvida de que houve muitas contribuições, muitas sugestões foram submetidas ao Papa para a redação da encíclica”, declarou o Bispo em entrevista ao Grupo ACI.
Dom Toso afirmou também: “Qualquer contribuição individual, caso tenha sido aceita, incorporou-se dentro de uma estrutura que em si não está apoiada nestas contribuições, a não ser na continuidade com o magistério prévio”.
Depois dos primeiros rumores sobre os conteúdos da encíclica, o polêmico teólogo brasileiro Leonardo Boff – conhecido promotor da teologia marxista da libertação e autodenominado “ecoteólogo” – disse que tinha dado seus aportes na redação da encíclica.
VATICANO, 18 Jun. 15 / 02:00 pm (ACI/EWTN Noticias).- “Apesar de várias pessoas presumirem ter dado suas ‘contribuições’ à redação da nova encíclica do Papa Francisco ‘Laudato Si’’, o texto final não pode ser atribuído a nenhum destes ‘conselheiros ocultos’, porque o documento é baseado no Magistério da Igreja”. Assim indicou Dom Mario Toso, Bispo de Faenza-Modigliana e anteriormente Secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz durante cinco anos, até janeiro de 2015, quando foi eleito pelo Papa Francisco para encabeçar esta diocese localizada no norte da Itália.
“Não há dúvida de que houve muitas contribuições, muitas sugestões foram submetidas ao Papa para a redação da encíclica”, declarou o Bispo em entrevista ao Grupo ACI.
Dom Toso afirmou também: “Qualquer contribuição individual, caso tenha sido aceita, incorporou-se dentro de uma estrutura que em si não está apoiada nestas contribuições, a não ser na continuidade com o magistério prévio”.
Depois dos primeiros rumores sobre os conteúdos da encíclica, o polêmico teólogo brasileiro Leonardo Boff – conhecido promotor da teologia marxista da libertação e autodenominado “ecoteólogo” – disse que tinha dado seus aportes na redação da encíclica.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Cardeais e Bispos africanos se reúnem em Acra para preparar a defesa da fé católica no Sínodo
Cinco cardeais e quarenta e cinco bispos de outros países africanos reuniram-se em Acra, capital de Gana, de 8 a 11 de junho. Todos à luz do sol, e não em segredo, como alguns de seus colegadas da Alemanha, França e Suíça, que se encontraram poucos dias antes na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Em ambos os casos, o motivo para os participantes era o mesmo: preparar a próxima sessão do Sínodo sobre a família.
(Sandro Magister/Chiesa/Infocatólica) Enquanto na [Universidade] Gregoriana o objetivo era a mudança na doutrina da Igreja sobre divórcio e homossexualidade, em Acra a orientação era a oposta.
A linha de atuação foi indicada pelo cardeal guineano Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino, com as suas primeiras frases pronunciadas:
"Não ter medo de confimar o ensino de Cristo sobre o matrimônio"
"Falar no Sínodo com claridade e com uma só voz, com amor filial à Igreja"
"Proteger a família de todas as ideologias que querem destruí-la e, portanto, também das políticas nacionais e internacionais que a impedem de promover seus valores positivos"
A linha de atuação foi indicada pelo cardeal guineano Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino, com as suas primeiras frases pronunciadas:
"Não ter medo de confimar o ensino de Cristo sobre o matrimônio"
"Falar no Sínodo com claridade e com uma só voz, com amor filial à Igreja"
"Proteger a família de todas as ideologias que querem destruí-la e, portanto, também das políticas nacionais e internacionais que a impedem de promover seus valores positivos"
quinta-feira, 18 de junho de 2015
Laudato Si - os principais pontos da nova Encíclica do Papa Francisco
Carta Encíclica Laudato Si
Ideologia de Gênero
§155 - Também é necessário ter apreço pelo próprio corpo na sua feminilidade ou masculinidade, para se poder reconhecer a si mesmo no encontro com o outro que é diferente. Assim, é possível aceitar com alegria o dom específico do outro ou da outra, obra de Deus criador, e enriquecer-se mutuamente. Portanto, não é salutar um comportamento que pretenda «cancelar a diferença sexual, porque já não sabe confrontar-se com ela»
Aborto
§120 - Uma vez que tudo está relacionado, também não é compatível a defesa da natureza com a justificação do aborto. Não parece viável um percurso educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às vezes, são molestos e inoportunos, quando não se dá protecção a um embrião humano ainda que a sua chegada seja causa de incómodos e dificuldades: «Se se perde a sensibilidade pessoal e social ao acolhimento duma nova vida, definham também outras formas de acolhimento úteis à vida social»
Ideologia de Gênero
§155 - Também é necessário ter apreço pelo próprio corpo na sua feminilidade ou masculinidade, para se poder reconhecer a si mesmo no encontro com o outro que é diferente. Assim, é possível aceitar com alegria o dom específico do outro ou da outra, obra de Deus criador, e enriquecer-se mutuamente. Portanto, não é salutar um comportamento que pretenda «cancelar a diferença sexual, porque já não sabe confrontar-se com ela»
Aborto
§120 - Uma vez que tudo está relacionado, também não é compatível a defesa da natureza com a justificação do aborto. Não parece viável um percurso educativo para acolher os seres frágeis que nos rodeiam e que, às vezes, são molestos e inoportunos, quando não se dá protecção a um embrião humano ainda que a sua chegada seja causa de incómodos e dificuldades: «Se se perde a sensibilidade pessoal e social ao acolhimento duma nova vida, definham também outras formas de acolhimento úteis à vida social»
terça-feira, 16 de junho de 2015
O catolicismo é uma religião de combate
“E não me digas que não queres combater; porque no instante mesmo em que mo dizes, estás combatendo; nem que ignoras para que lado te inclinares, porque no momento mesmo em que isso dizes, já te inclinaste para um lado; nem me afirmes que queres ser neutro, porque quando pensas sê-lo, já não o és; nem me assegures que permanecerás indiferente, porque te desprezarei, dado que, ao pronunciares essa palavra, já tomaste teu partido. Não te canses em buscar asilo seguro contra os açoites da guerra, porque te cansas em vão; essa guerra se expande tanto como o espaço, e se prolonga tanto como o tempo. Só na eternidade, pátria dos justos, podes encontrar descanso; porque só ali não há combate; não presumas, contudo, que se abram para ti as portas da eternidade se não mostras antes as cicatrizes que levas; aquelas portas não se abrem senão para os que combateram aqui os combates do Senhor gloriosamente, e para os que vão, como o Senhor, crucificados.”
(Juan Donoso Cortés, Ensayo sobre el Catolicismo, Liberalismo y Socialismo)
Sínodo. O duplo grito de alarme do cardeal Antonelli
Cardeal Ennio Antonelli |
"É previsível que também a comunhão eucarística dos divorciados recasados e dos conviventes se converta rapidamente em um fato generalizado. Então, já não terá muito sentido falar de indissolubilidade do matrimônio e perderá relevância prática a própria celebração do sacramento do matrimônio".
Fonte: IHU
Ele presidiu durante cinco anos o Pontifício Conselho para a Família. A comunhão aos divorciados recasados, chama a atenção, marcaria não apenas o envilecimento da eucaristia, mas também o fim do sacramento do matrimônio.
A reportagem é de Sandro Magister e publicada por Chiesa, 12-06-2015. A tradução é de André Langer.
O cardeal Ennio Antonelli, de 78 anos, é uma autoridade no assunto. Foi presidente durante cinco anos do Pontifício Conselho para a Família e organizou os dois encontros mundiais que precederam o próximo da Filadélfia: na Cidade do México, em 2009, e em Milão, em 2012.
segunda-feira, 15 de junho de 2015
A ação silenciosa do coração
"é absolutamente apropriado que, durante o ato penitencial, o canto do Glória, as orações e Oração Eucarística, todos - o sacerdote e os fiéis- voltem-se juntos à direção "ad orientem", expressando a sua vontade de participar da obra de adoração e redenção realizada por Cristo"Por Cardeal Robert Sarah
L'Osservatore Romano
12 de junho de 2015
[A tradução pode conter imprecisões. Se o leitor assim identificar, por favor, comunique]
Fonte: Rorate Caeli
Cinquenta anos após a sua promulgação pelo Papa Paulo VI vai a Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II ser lida? "Sacrosanctum Concilium" não é de fato um simples "livro de receitas" da reforma, mas uma verdadeira "Carta Magna" de toda a ação litúrgica.
Com ela, o concílio ecumênico nos dá uma lição magisterial. Na verdade, longe de estar contente com uma abordagem multidisciplinar e exterior, o concílio quer fazer-nos refletir sobre o que a liturgia é, em sua essência. A prática da Igreja sempre vem do que Ela recebe e contempla no Apocalipse. O cuidado pastoral não pode ser desligado da doutrina.
Na Igreja, "a ação é ordenada à contemplação" (cfr. N. 2). A Constituição do Concílio convida-nos a redescobrir a origem trinitária da ação litúrgica. Com efeito, o Concílio estabelece a continuidade entre a missão do Cristo Redentor e a missão litúrgica da Igreja. "Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, assim também Ele enviou os Apóstolos" para que "mediante o sacrifício e os sacramentos, à volta dos quais gira toda a vida litúrgica" eles realizem "a obra da salvação". (N.6).
Operar a liturgia é, portanto, nada mais do que a operação da obra de Cristo. A liturgia em sua essência é "actio Christi". [É] a obra de Cristo, o Senhor, da "redenção dos homens e da glorificação perfeita de Deus." (N.5) É Ele quem é o eminente Sacerdote, o verdadeiro sujeito, o verdadeiro protagonista na liturgia (n.7 ). Se este princípio essencial não é aceito, existe o risco de transformar a liturgia em uma obra humana, uma auto-celebração da comunidade.
sábado, 13 de junho de 2015
O divórcio e a poligamia no Antigo Testamento
Por Antonio Manuel.
É sabido que alguns críticos das Sagradas Escrituras, na busca infrene de colher algo que possa demonstrar uma contradição, opõem o Antigo ao Novo Testamento, para demonstrar, com ricas citações e exemplos, que Deus mudara de ideia no que toca ao matrimônio, principalmente no aspecto do divórcio e da possibilidade da poligamia.
Alguns concluem disso, meio que apressadamente, que as Sagradas Escrituras são de uma patente contradição; outros alegam que foi a Igreja Católica quem fez uma interpretação restritiva e adotou a cultura romana da monogamia como fórmula adequada do matrimônio, tentando uma razão meramente histórica.
Não é exagero afirmar que é a leitura enviesada e açodada das Sagradas Escrituras que leva a considerar o Antigo Testamento como o reino do abuso codificado, como se o pensamento bíblico, em matéria conjugal, se reduzisse totalmente à lei que permite o divórcio e a poligamia.
Na verdade, já no Antigo Testamento, o contrato matrimonial constitui um compromisso de caráter religioso; desse modo, é dito da mulher pecadora que[1]:“esqueceu o pacto que jurou a seu Deus” (Provérbios 2,17)“E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.” (Malaquias 2:14) Desse modo, fica claro que o matrimônio já tinha o apreço sagrado desde sempre: um pacto inderrogável, que exigia lealdade, unidade, e, sobretudo fidelidade.
Nosso Senhor restituiu ao matrimônio sua dignidade e perfeição primitiva, pois “no princípio do mundo não foi assim” |
Alguns concluem disso, meio que apressadamente, que as Sagradas Escrituras são de uma patente contradição; outros alegam que foi a Igreja Católica quem fez uma interpretação restritiva e adotou a cultura romana da monogamia como fórmula adequada do matrimônio, tentando uma razão meramente histórica.
Não é exagero afirmar que é a leitura enviesada e açodada das Sagradas Escrituras que leva a considerar o Antigo Testamento como o reino do abuso codificado, como se o pensamento bíblico, em matéria conjugal, se reduzisse totalmente à lei que permite o divórcio e a poligamia.
Na verdade, já no Antigo Testamento, o contrato matrimonial constitui um compromisso de caráter religioso; desse modo, é dito da mulher pecadora que[1]:“esqueceu o pacto que jurou a seu Deus” (Provérbios 2,17)“E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.” (Malaquias 2:14) Desse modo, fica claro que o matrimônio já tinha o apreço sagrado desde sempre: um pacto inderrogável, que exigia lealdade, unidade, e, sobretudo fidelidade.
sexta-feira, 12 de junho de 2015
A negação de Pedro - Como esse drama da Paixão ajuda a comprovar a historicidade dos Evangelhos
Por Vittorio Messori
A curiosa questão do “galo”
Os quatro evangelistas trazem a célebre predição, mas aqui escolhemos a versão de Marcos que, logo depois da Última Ceia, continua assim: “Depois de cantarem os Salmos, saíram para o Monte das Oliveiras, Jesus lhes disse: ‘Vocês ficarão desorientados, porque está escrito: Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão. Mas, depois da minha ressurreição, eu irei antes de vocês para a Galileia’. Pedro lhe disse então: ‘Ainda que todos fiquem desorientados, eu não ficarei!’ Disse-lhe Jesus: ‘Eu lhe afirmo com todo certeza: hoje mesmo, nesta noite ainda, antes que o galo cante duas vezes, você me terá negado três vezes’. Mas ele dizia com muita insistência: ‘Mesmo que eu tenha que morrer contigo, não te negarei!’ E todos diziam o mesmo. Chegaram eles a um lugar chamado Getsêmani…” (Mc 14, 26–32).
Há uma razão precisa para termos trazido o fato na versão do segundo evangelista: só ele menciona a “muita insistência” (em grego: ekperissós, literalmente de modo superabundante, excessivo) de Pedro em negar a possibilidade mesma de trair o Mestre. E Marcos, sabemos, espelha a própria pregação de Pedro: portanto, é como se o próprio interessado — por humildade, quase como expiação — quisesse mostrar como tinha sido grave seu comportamento posterior, sua vileza no renegar Jesus depois de ter protestado fidelidade mesmo à custa da vida.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
A contracepção (Cardeal Ratzinger)
R: Sim, pode-se compreender muito bem, é realmente complicado. Com as dificuldades do mundo actual em que o número de crianças não pode ser mais elevado, por causa das condições de habitação e por muitas outras razões, compreende-se muito bem. Devíamos agarrar-nos menos à casuística do caso individual, mas olhar para as grandes intenções da Igreja.
Julgo que, neste contexto, se trata de três opções essenciais. A primeira é adoptar, fundamentalmente, uma atitude positiva em relação ao lugar da criança na humanidade. Verifica-se neste domínio uma mudança curiosa. Enquanto que a benção dos filhos era considerada uma benção por excelência nas sociedades simples até ao século XIX, hoje as crianças são quase consideradas como uma ameaça. Pensa-se que nos tiram o lugar do futuro, ameaçam o nosso espaço vital, etc. Trata-se de uma primeira intenção, de voltar a encontrar a perspectiva originária, a verdadeira perspectiva, segundo a qual a criança, o Homem novo, é uma benção. Que é precisamente por darmos a vida que também recebemos a vida e que este sair de si e aceitar a benção da criação é fundamentalmente bom para o Homem.
O segundo ponto é que hoje estamos perante uma divisão entre sexualidade e procriação, que antes se desconhecia, que torna necessário que se considere a relação interior entre ambas.
Entretanto são feitas declarações espantosas por representantes da geração de 68, que fizeram essa experiência. Rainer Langhaus, por exemplo, que dantes procurava nas suas comunidades a “sexualidade orgásmica”, afirma que “através da pílula, a sexualidade foi isolada do seu elemento espiritual. As pessoas foram enviadas para um beco sem saída”. Langhaus lamenta que agora “já não haja nenhuma doação de si mesmo, nenhuma entrega”. O “mais elevado” da sexualidade, assim afirma hoje, é a “paternidade e a maternidade”. Chama a isto “colaboração com o plano de Deus”.
Desenvolve-se cada vez mais no sentido de serem duas realidades completamente separadas. Encontramos em Aldous Huxley, no célebre romance de ficção Admirável mundo novo, uma visão muito fundada e muito clara, na sua dimensão trágica humana, de um mundo vindouro em que a sexualidade está totalmente separada da procriação. As crianças são planeadas segundo regras e fabricadas em laboratórios. É uma caricatura intencional, mas, como todas as caricaturas, revela alguma coisa; que a criança deve ser planeada e fabricada, e sujeita ao controlo da razão. E, assim, o Homem destrói-se a si mesmo. As crianças transformam-se em produtos em que as pessoas se querem representar a si mesmas; antes das crianças nascerem, já se lhes roubou o seu próprio projecto de vida. E a sexualidade, por sua vez, tornou-se nalguma coisa de substituível. Claro que também se perde a relação entre mulher e homem; vemos como esta situação se desenvolve.
Na questão da contracepção trata-se, pois, de tais opções fundamentais, que a Igreja quer que o homem seja ele mesmo. Porque a terceira opção, neste contexto, é que não se pode resolver grandes problemas morais, simplesmente com técnicas, com química, mas que é preciso resolvê-los moralmente através de um estilo de vida. Este é, julgo eu, independemente da contracepção, um dos nossos grandes perigos; o facto de também querermos dominar a existência humana com a técnica e de já não sabermos que existem problemas humanos originários que não podem ser resolvidos através da técnica, mas que exigem um estilo de vida e certas decisões de vida. Em relação à contracepção diria que se devia considerar mais estas grandes opções fundamentais em que a Igreja luta pelo ser humano. E pô-lo em evidência é o sentido das intervenções da Igreja, que talvez não sejam sempre formuladas de modo feliz, mas nas quais estão em jogo as grandes orientações da existência humana.
Fonte: RATZINGER, Joseph. O Sal da Terra. Disponível em http://www.ocampones.com/?p=14655
O segundo ponto é que hoje estamos perante uma divisão entre sexualidade e procriação, que antes se desconhecia, que torna necessário que se considere a relação interior entre ambas.
Entretanto são feitas declarações espantosas por representantes da geração de 68, que fizeram essa experiência. Rainer Langhaus, por exemplo, que dantes procurava nas suas comunidades a “sexualidade orgásmica”, afirma que “através da pílula, a sexualidade foi isolada do seu elemento espiritual. As pessoas foram enviadas para um beco sem saída”. Langhaus lamenta que agora “já não haja nenhuma doação de si mesmo, nenhuma entrega”. O “mais elevado” da sexualidade, assim afirma hoje, é a “paternidade e a maternidade”. Chama a isto “colaboração com o plano de Deus”.
Desenvolve-se cada vez mais no sentido de serem duas realidades completamente separadas. Encontramos em Aldous Huxley, no célebre romance de ficção Admirável mundo novo, uma visão muito fundada e muito clara, na sua dimensão trágica humana, de um mundo vindouro em que a sexualidade está totalmente separada da procriação. As crianças são planeadas segundo regras e fabricadas em laboratórios. É uma caricatura intencional, mas, como todas as caricaturas, revela alguma coisa; que a criança deve ser planeada e fabricada, e sujeita ao controlo da razão. E, assim, o Homem destrói-se a si mesmo. As crianças transformam-se em produtos em que as pessoas se querem representar a si mesmas; antes das crianças nascerem, já se lhes roubou o seu próprio projecto de vida. E a sexualidade, por sua vez, tornou-se nalguma coisa de substituível. Claro que também se perde a relação entre mulher e homem; vemos como esta situação se desenvolve.
Na questão da contracepção trata-se, pois, de tais opções fundamentais, que a Igreja quer que o homem seja ele mesmo. Porque a terceira opção, neste contexto, é que não se pode resolver grandes problemas morais, simplesmente com técnicas, com química, mas que é preciso resolvê-los moralmente através de um estilo de vida. Este é, julgo eu, independemente da contracepção, um dos nossos grandes perigos; o facto de também querermos dominar a existência humana com a técnica e de já não sabermos que existem problemas humanos originários que não podem ser resolvidos através da técnica, mas que exigem um estilo de vida e certas decisões de vida. Em relação à contracepção diria que se devia considerar mais estas grandes opções fundamentais em que a Igreja luta pelo ser humano. E pô-lo em evidência é o sentido das intervenções da Igreja, que talvez não sejam sempre formuladas de modo feliz, mas nas quais estão em jogo as grandes orientações da existência humana.
Fonte: RATZINGER, Joseph. O Sal da Terra. Disponível em http://www.ocampones.com/?p=14655
terça-feira, 9 de junho de 2015
Deus castiga?
Aquele que ama a correção, ama a ciência,
mas o que detesta a reprimenda é um insensato (Prov. 12, 1)
Uma das tolices mais irritantes que se ouvem hoje em diversos ambientes pentecostais e progressistas é que Deus não castiga porque Deus é amor. Que coisa mais bonita! Que coisa mais melosa! Que coisa mais cretina!
Outra coisa ridícula e estulta que se ouve com freqüência, vinda dos arraiais progressistas, é que o Deus do Antigo Testamento é um Deus diferente do Novo Testamento.
O mistério de Deus excede a razão humana, mas não a contradiz. Quando crê em Deus, o homem não descarta o uso da razão; pelo contrário, esta lhe diz que é razoável crer, que há motivos para crer. A fé é uma luz que aperfeiçoa a razão. Ademais, seja dito de passagem, a existência de Deus não é artigo de fé, mas dado da razão. Se alguém não alcança a Deus pela razão, nada impede que nele creia movido pela graça e tocado ao menos por argumentos de conveniência.
segunda-feira, 8 de junho de 2015
O culto dos santos na Igreja Católica
Os precursores de Cristo com Santos e Mártires (detalhe) Retábulo em Fiesole San Domenico (Itália)Fra Angélico, séc. XV. |
Desde seus primórdios a Santa Igreja favoreceu o culto dos santos para benefício dos fiéis. Evolução histórica e questões teológicas relativas a essa temática de atualidade.Diferença entre santidade e a “justificação pela fé” protestante
Em sentido estrito, só Deus é santo. Porque a santidade é a propriedade de seu Ser que Ele revela nas Sagradas Escrituras e que consiste no fato de que Deus, em sua onipotência, glória e majestade, está infinitamente acima de tudo que não é Ele, requerendo do homem uma atitude de adoração e o desejo de O imitar em suas perfeições.
Mas a santidade é também uma das notas essenciais da Igreja Católica que permitem reconhecê-la como a verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Isso significa que, sendo o Corpo Místico de Cristo, a Igreja Católica tem os meios sobrenaturais para tirar o homem do pecado e uni-lo a Deus. E também significa que nunca faltarão em seu seio almas que testemunhem essa força sobrenatural. Ou seja, santos.
A santidade no homem é o efeito da graça santificante e consiste na participação da santidade de Deus. Ela é inseparável das virtudes teologais — Fé, Esperança e Caridade — e, quando atinge sua plenitude, leva também as virtudes morais a um grau heroico, principalmente as virtudes cardeais da Prudência, Justiça, Temperança e Fortaleza.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Corpus Christi
Dom Fernando Arêas Rifan*
Amanhã celebraremos com toda a Igreja a solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, ou Corpus Christi.
A belíssima catedral gótica de Orvieto, na Itália, que já visitei, conserva o relicário com o corporal sobre o qual caíram gotas de sangue da Hóstia Consagrada, durante a Santa Missa, celebrada em Bolsena, cidade próxima, onde vivia Santo Tomás de Aquino, que testemunhou o milagre. Estamos no século XIII. O Papa Urbano IV, que residia em Orvieto, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto, em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi (o Corpo de Cristo)”. O Papa prescreveu então, em 1264, que na 5ª feira após a oitava de Pentecostes fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo de Deus, sendo Santo Tomás de Aquino encarregado de compor o texto da Liturgia dessa festa. O Papa, que havia sido arcediago de Liège, na Bélgica e conhecido Santa Juliana de Mont Cornillon, atendia assim ao desejo manifestado pelo próprio Jesus a essa religiosa, pedindo uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia. Em 1247, em Liège, já havia sido realizada a primeira procissão eucarística, como festa diocesana, sendo estabelecida mundialmente pelo Papa Clemente V, que confirmou a Bula de Urbano IV. Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.
Reflexões introdutórias sobre a crise atual na Igreja Católica
Introdução
I. Toda pesquisa acadêmica deve ter relevância social. Encontrar esta relevância não é difícil para o teólogo alemão Joseph Ratzinger (1927 -), pois suas reflexões são bem voltadas ao ser humano, que é tão necessitado de respostas às suas indagações existenciais. Acerta, portanto, o especialista em Ratzinger, Pablo B. Sarto (1964 -), teólogo espanhol, quando diz que a teologia do erudito alemão é“... con-teologia, uma teologia em diálogo com a Igreja, a história e a realidade.” [1]Isso faz com que as questões levantadas por Ratzinger tenham relevância social e ele não seja considerado “... um intelectual trancado em sua torre de marfim.” [2]
II. Umas das questões que Joseph Ratzinger (1927 -) percebeu no contexto religioso de nosso tempo foi uma profunda crise. Aqui cabe citar o seu raciocínio:(1) Ele assume que vivemos em uma época ainda religiosa, (2) Ele percebe uma profunda crise dessa natureza, (3) Logo, ele encontra a base para a relevância social de sua pesquisa quando aponta os motivos da crise, e quando indica uma possível solução para ela. Neste texto explicarei o que Ratzinger afirma ser a crise da Igreja; mas, antes, é preciso afirmar que, segundo ele, os momentos de crise devem ser aproveitados como tempos de reflexão, no qual buscamos soluções para nossos dilemas. Ao comentar sobre a atual crise mundial, Ratzinger escreve:“A crise obriga-nos a projetar de novo o nosso caminho, a impor-nos regras novas e encontrar novas formas de compromisso, a apostar em experiências positivas e rejeitar as negativas. Assim, a crise torna-se ocasião de discernimento e elaboração de nova planificação.” [3]
A ética católica do trabalho
Por Scott Hahn.
Às vezes, a propaganda dá-nos agudas – e dolorosas – percepções da religiosidade popular. Certa vez, vi em uma revista um anúncio que proclamava: “Se o pecado original tivesse sido de preguiça, ainda estaríamos no paraíso”.
O publicitário pretendia fazer uma piada, é claro. Mas sabia que roçava um tema poderoso: a noção comum de que a vida ideal consistiria em um ininterrupto tempo de ociosidade e de que o trabalho está para as férias como a vida está para o céu. Nas palavras da canção popular, “todo o mundo trabalha pelo fim de semana”.
O reverso dessa noção é bem mais insidioso e ilude muita gente: a crença de que o trabalho é uma punição pelo pecado. Os que sustentam essa teoria costumam invocar a condenação pina de Adão depois do seu pecado: “Maldita seja a terra por tua causa! Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra da qual foste tirado” (Gên 3, 17-19).
Esta passagem parece traçar um triste prognóstico de longo prazo para as condições do trabalho humano. E efetivamente retrata a fadiga do trabalho como uma punição pelo pecado. A punição, porém, não está no trabalho em si, mas nas duras condições que o tornam tedioso, frustrante e árduo.
Esse trabalho – humilde, monótono, pequeno – é oração plasmada em obras que te preparam para receber a graça do outro trabalho – grande, vasto e profundo – com que estás sonhando. (Caminho, n. 825)
Às vezes, a propaganda dá-nos agudas – e dolorosas – percepções da religiosidade popular. Certa vez, vi em uma revista um anúncio que proclamava: “Se o pecado original tivesse sido de preguiça, ainda estaríamos no paraíso”.
O publicitário pretendia fazer uma piada, é claro. Mas sabia que roçava um tema poderoso: a noção comum de que a vida ideal consistiria em um ininterrupto tempo de ociosidade e de que o trabalho está para as férias como a vida está para o céu. Nas palavras da canção popular, “todo o mundo trabalha pelo fim de semana”.
O reverso dessa noção é bem mais insidioso e ilude muita gente: a crença de que o trabalho é uma punição pelo pecado. Os que sustentam essa teoria costumam invocar a condenação pina de Adão depois do seu pecado: “Maldita seja a terra por tua causa! Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra da qual foste tirado” (Gên 3, 17-19).
Esta passagem parece traçar um triste prognóstico de longo prazo para as condições do trabalho humano. E efetivamente retrata a fadiga do trabalho como uma punição pelo pecado. A punição, porém, não está no trabalho em si, mas nas duras condições que o tornam tedioso, frustrante e árduo.
terça-feira, 2 de junho de 2015
Diferenças
Por Dom Fernando Rifan
Alguns questionam a diferença entre o que diz Dom Fernando Rifan e o que dizia antes o Padre Rifan.
Isso já foi muitas vezes explicado por Dom Fernando. O que Dom Fernando ensina hoje está de acordo com o Magistério da Igreja, critério de verdade para todo o católico. No passado, na situação irregular em que estava, muitas afirmações foram feitas que não estavam de acordo com a doutrina do Magistério da Igreja e necessitavam ser corrigidas ou melhoradas, o que tem feito Dom Fernando. Querer jogar o Padre Rifan contra Dom Rifan seria o mesmo que querer jogar São Paulo, quando foi contra a circuncisão, contra o mesmo São Paulo que depois circuncidou Timóteo.
Aliás, em postagem anterior (A conservação hoje da Missa na forma tradicional), Dom Fernando Rifan já explicou muito bem isso. Vejam alguns trechos:
Mas, há que se reconhecer e lamentar que, às vezes, em sua adesão e resistência, fizeram-se críticas ilegítimas à reforma litúrgica e se foi além dos limites permitidos pela doutrina católica.
Muitas vezes, na ânsia de defender coisas corretas e sob pressão dos ataques dos opositores, mesmo com reta intenção podem-se cometer erros e exageros que, após um período de maior reflexão, devem ser retificados e corrigidos. São Pio X comentava que no calor da batalha é difícil medir a precisão e o alcance dos golpes. Daí acontecerem faltas ou excessos, compreensíveis, mas incorretos. Erros podem ser compreendidos e explicados, mas não justificados. Santo Tomás de Aquino nos ensina: “Não se pode justificar uma ação má, embora feita com boa intenção”.
Por essa razão, em carta ao Papa de 15/8/2001, os sacerdotes da antiga União Sacerdotal São João Maria Vianney, agora constituída pelo Papa em Administração Apostólica, escreveram: "E se, por acaso, no calor da batalha em defesa da verdade católica, cometemos algum erro ou causamos algum desgosto a Vossa Santidade, embora a nossa intenção tenha sido sempre a de servir à Santa Igreja, humildemente suplicamos o seu paternal perdão"
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Livro das Moradas ou Castelo Interior - Download
Clique na imagem para acessar o link do livro
Este tratado, chamado Castelo Interior, escreveu Teresa de Jesus, freira de Nossa Senhora do Carmo, para suas irmãs è filhas, as freiras Carmelitas Descalças em 1577.
Fonte:http://alexandriacatolica.blogspot.com.br/
Este tratado, chamado Castelo Interior, escreveu Teresa de Jesus, freira de Nossa Senhora do Carmo, para suas irmãs è filhas, as freiras Carmelitas Descalças em 1577.
Uma grande religiosa e escritora espanhola, famosa pela reforma que realizou no Carmelo e por suas obras místicas. Entre outras confissões, ela declarou: O fato de ter pais virtuosos e tementes a Deus e de ser tão favorecida pelo Senhor, bastar-me-ia para ser boa, se não fora tão ruim. Suas obras, contém uma doutrina que abraça toda a vida da alma, desde os primeiros passos até à intimidade com Deus. Sua doutrina sobre a união da alma com Deus é bem firmada na trilha da espiritualidade carmelita, que ela tão notavelmente soube enriquecer e transmitir, não apenas a seus irmãos, filhos e filhas espirituais, mas à toda Igreja, à qual serviu fiel e generosamente. Ao morrer sua alegria foi poder afirmar: "Morro como filha da Igreja".
Ela é considerada um dos maiores gênios. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.
Fonte:http://alexandriacatolica.blogspot.com.br/
Assinar:
Postagens (Atom)