Trecho da entrevista de Dom Coleridge, arcebispo de Brisbane, Austrália, ao jornalista John Allen Jr.:
John Allen Jr: É muito cedo, mas, com base na sua percepção do sínodo neste momento, se a proposta Kasper sobre comunhão para divorciados e recasados fosse colocada em votação, qual seria o resultado?
Dom Coleridge: Eu penso que seria de 65% x 35% contra, e isso ficou claro ao longo do último ano. Eu penso que há certamente uma maioria de bispos - este é um palpite, mas um palpite fundamentado - que não votaria a favor da proposta Kasper.
John Allen Jr: Porque eles vêem isso como uma alteração na doutrina da indissolubilidade do matrimônio?
Dom Coleridge: Não só por isso, mas também pela compreensão da Eucaristia e da Igreja. Isso é uma espécie de Trindade, e se você tocar em um, você toca nos demais. Dito isso, há todo o tipo de posicionamento dentro do espectro dos 65% que são contra.
Eu vou citar um bispo, e isso me escandalizou, que disse: "Este sínodo, basicamente, tem de escolher entre o caminho de Jesus e o caminho de Walter Kasper". Não foi na sessão pública, mas isso foi pronunciado. Eu não me escandalizo facilmente, mas desta vez sim.
Há muita coisa desse tipo ocorrendo... todas essas coisas, de que a organização do sínodo está tentando esconder coisas, que o "Instrumentum Laboris" faz parte da trama, que a seleção do grupo de 10 que o Papa designou faz parte disso. Na minha visão, isso é absurdo, é paranóia, [e] é seriamente unútil. Ainda, inevitavelmente, há bispos no sínodo que mais ou menos pensam assim.
Eu não acredito que haja algum tipo de conspitação [...].
John Allen Jr: Dito isso, você não acredita que o sínodo vai terminar com um apoio à proposta Kasper?
Dom Coleridge: Eu não consigo ver isso, eu realmente não consigo. Eu tenho de dizer, no entanto, que eu também sinto uma imprevisibilidade nas coisas, então não podemos realmente saber antes do fim.
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